O Instituto Euvaldo Lodi de Pernambuco realizou, nesta quinta-feira (7), na Casa da Indústria, o lançamento da Jornada de Sucessão Familiar, promovido também pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) e pelo FIEPE Jovem. Com o objetivo de reforçar a importância do planejamento sucessório em empresas familiares, a Jornada realizou debates e dinâmicas sobre processos de sucessão bem estruturados, capazes de garantir a continuidade, sustentabilidade e harmonia nos negócios.

O evento, que contou com a presença de empresas familiares de diferentes setores e gerações – algumas com mais de 60 anos de história -, trouxe o case do empresário Boris Berenstein e a palestra “Sucessão – O Embarque”, ministrada pela especialista em governança familiar e corporativa Daniela Teixeira. Na programação, foram abordados temas como planejamento sucessório, desafios comuns e soluções práticas, técnicas de gestão de conflitos, além de momentos de acolhimento e dinâmicas sobre governança e visão individual.

Durante a abertura, o presidente da FIEPE, Bruno Veloso destacou a importância de um evento como esse, uma vez que o processo de sucessão é algo natural para a longevidade de qualquer empresa familiar. “Para que haja uma sustentabilidade, é fundamental que seja feita da melhor maneira: com uma sucessão assistida. Sabemos que cada empresa tem a sua história, mas o evento traz uma reflexão essencial para que os herdeiros saibam conduzir com sabedoria o futuro dela”, afirmou.

Superintendente do IEL-PE, Israel Erlich pontuou que sucessão familiar não é um processo simples de se trabalhar e destacou que o evento desta quinta-feira foi apenas o embarque para a Jornada, que contará com outras etapas que terão o intuito de continuar ajudando as indústrias pernambucanas. “Esse é um tema que afeta diretamente cerca de 90% do tecido industrial de Pernambuco, então, quando olhamos para as estatísticas, o assunto é fundamental para dar esse suporte e transformar empresas familiares em famílias empresariais”, afirmou o gestor, que fez questão de agradecer a parceria do IEL Nacional, em nome da Especialista em Desenvolvimento Empresarial Carolina Barbosa Faust.

Presidente da FIEPE Jovem, Rodrigo Veloso enfatizou que o tema é um pilar do Conselho do Comitê dos Jovens Empresários, uma vez que, naturalmente, os integrantes serão os sucessores. “Um evento como esse vem justamente para desmistificar o assunto, pois é um processo longo, que demanda muita energia e precisa realmente de instrução, mas que deve ser prazeroso para ambas as partes”.

Durante sua palestra, Daniela Teixeira discutiu conceitos fundamentais da sucessão, os pilares para a longevidade dos negócios (crescimento, união e talentos), a importância da governança corporativa, o papel do sucedido e do sucessor, e a evolução da família empresária ao longo dos anos. “A gente precisa entender como a gente olha para as próximas gerações e como cuidamos das decisões que tomamos, pois os desafios sempre são muitos”.

Boris iniciou seu relato contando a história de seus pais, sua trajetória na medicina e a fundação do que viria a se tornar uma das maiores clínicas de diagnóstico por imagem do país, que leva seu nome. Ele também falou sobre a expansão do negócio ao longo dos anos. Ao abordar o tema da sucessão, Boris dividiu sua trajetória empresarial em três fases: dos 20 aos 40 anos, dos 40 aos 60 e, após os 60 anos, em 2010, quando tomou a decisão de investir fortemente em governança e na sucessão familiar. Durante o processo em que seu filho mais velho, Leon, assumia naturalmente o papel de sucessor, Boris enxergou a importância da preparação tanto do sucessor quanto o do sucedido. “Perder o glamour de ser dono de uma empresa não é fácil”, comentou em tom descontraído. Para ele, é essencial não atrapalhar o processo e saber a hora de sair de cena e concluiu sua fala ressaltando: “A melhor sucessão é aquela que é feita em vida”.